O município de Witmarsum sediou no último sábado (11) a quarta Assembleia Ordinária da União de Câmaras e Vereadores do Alto Vale do Itajaí (Ucavi), referente ao mês de junho. O encontro foi realizado a partir das 9h, no prédio da Pavilhão de Eventos do município, onde reuniu em torno de 100 participantes, entre vereadores, servidores e autoridades da região.
A palestra do dia foi ministrada pelo Dr. Prof. Eng. Juliano Bueno de Araújo, coordenador geral da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil, com o tema: “NÃO FRACKING BRASIL”. Também fez parte da pauta, apresentação e deliberação de moções e assuntos internos da entidade e do Fórum da Mulher Parlamentar- Fompavi.
Entenda o que é o Francking.
Você ainda não sabe, mas é contra o fracking!
“Fracking”, apelido em inglês para “fraturamento hidráulico”, é a tecnologia usada para a extração do gás de folhelho (xisto), uma rocha sedimentar existente em vários lugares do mundo, altamente poluente e que provoca a contaminação da agua, solo e ar, eliminando a biodiversidade e impedindo a produção e desenvolvimento agrícola.
A presença de hidrocarbonetos nesse tipo de rocha é conhecida há várias décadas, mas até 1990 ninguém sabia como extraí-los. O “fracking” mudou esse panorama, e quer dar uma longa sobrevida ao reinado dos combustíveis fósseis.
Para que este gás seja extraído, é necessária a perfuração profunda do solo, onde se insere uma tubulação que atravessa o lençol freático até a rocha, por onde passam entre 7 milhões e 15 milhões de litros de água. A cada operação, água, areia e mais de 600 substâncias químicas, algumas bem tóxicas, são introduzidas em altíssima pressão para fraturar (“frack”) a rocha e assim liberar o gás. Nos EUA, o fracking tem criado disputas em torno do uso da água. No Brasil não deverá ser diferente.
Mas os problemas relacionados ao fracking vão muito além da disputa hídrica. Nos países onde o faturamento hidráulico é realizado – China, Canadá, Estados Unidos e Argentina –, há relatos de contaminação de lençóis freáticos, vazamento de metano para poços artesianos e, em áreas dos EUA onde a tecnologia é usada para extrair petróleo, de poluição do ar. No Brasil, há um risco de contaminação inerente à própria geologia: as principais jazidas de gás numa camada de rochas na bacia do Paraná que está debaixo das rochas do aquífero Guarani, o maior do mundo.
Alguns estudos também têm apontado o vazamento sistemático do gás metano nos poços. Isso torna o gás natural produzido por “fracking” um agravador das mudanças climáticas, e não um combustível fóssil “limpo”, como seus proponentes insistem em vendê-lo.
São tantos os riscos que em Lancashire, no Reino Unido, a população pressionou e as autoridades proibiram testes exploratórios. Nos Estados Unidos, o estado de Nova York proibiu oficialmente o fracking, e Oklahoma, após aumento do registro de terremotos provocados pelo fraturamento dos poços – 35 em apenas oito dias do último mês de junho –, já se prepara para endurecer a legislação.
Apesar de não constar de seu Plano Decenal de Energia de 2013, o governo federal considera o fracking uma “alternativa energética” e está empenhado em desenvolver no país essa tecnologia sem debate público adequado.
Por isso, desde 2013 a Coesus – Coalizão Não Fracking Brasil – da qual a 350.org é membro e coordenadora nacional, realiza uma intensa campanha que culminou na suspensão, por via judicial, da 12ª Rodada do leilão de 240 blocos para a exploração de gás de xisto feito pela a Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) em dezembro de 2013.
Para a 13ª Rodada, há blocos em cima dos aquíferos Serra Geral e Guarani, no Paraná e São Paulo.
Para qualquer pessoa de bom senso, a decisão do governo federal é equivocada, perigosa e compromete o futuro do país. O Brasil não precisa do fracking. Temos recursos naturais que nos garantem a geração de energia limpa e renovável, a vanguarda das economias de baixo carbono.
Para saber mais, acesse www.naofrackingbrasil.com.br